Teoria do Design
  • Início
  • Sobre nós
  • Categorias
    • História do Design
    • Cultura Material
    • Gênero/Sexualidade
    • Raça/Etnia
    • Dicas de Leitura
    • Sala de Aula
Teoria do Design
  • Início
  • Sobre nós
  • Categorias
    • História do Design
    • Cultura Material
    • Gênero/Sexualidade
    • Raça/Etnia
    • Dicas de Leitura
    • Sala de Aula

Categoria

Cultura Material

36 posts

A história do design está inscrita na cultura material (FORTY, 2007), e estudar os objetos, interações sociais e culturais que desenvolvemos com eles, é uma estratégia para compreender como o design atua na produção de sentidos na sociedade. A cultura material tem como proposta estudar as relações entre pessoas e objetos e como as mediações, interações e tensões acontecem. As pesquisas sobre cultura material vêm ganhando reconhecimento como uma contribuição vital para algumas disciplinas e áreas estabelecidas, desde a arqueologia até o design (MILLER, 2013).

O design é uma atividade que compreende o planejamento e a produção de artefatos que integram o cotidiano dos sujeitos e participam das relações sociais e, portanto, não pode ser considerada uma atividade neutra. Na perspectiva de Adrian Forty (2007), o design não é compreendido como deveria: uma força econômica e de produção de objetos que possibilitam interações sociais. As concepções tradicionais que entendem o design como atividade responsável pela criação de objetos belos, ou que se reduz a um método de solução de problemas, minimizam a importância que os objetos têm no cotidiano das pessoas, assim como os aspectos econômicos e ideológicos do design.

Aqueles que se queixam dos efeitos da televisão, do jornalismo, da propaganda e da ficção sobre nossa mente esquecem a influência similar exercida pelo design. Longe de ser uma atividade artística neutra e inofensiva, o design, por sua própria natureza, provoca efeitos muito mais duradouros do que os produtos efêmeros da mídia porque pode dar formas tangíveis e permanentes às ideias sobre quem somos e como devemos nos comportar (FORTY, 2007, p.12).

O estudo de artefatos propicia a compreensão das especificidades humanas, que não estão desconectadas de sua materialidade (MILLER, 2007). Segundo Ulpiano de Meneses (1983, p.112), a cultura material pode ser entendida como “suporte material, físico, imediatamente concreto, da produção e reprodução da vida social”, na qual os artefatos são usados na construção de narrativas e na produção de sentidos. Para Francisco Ramos (2004), os objetos devem ser “lidos”:
Se aprendemos a ler palavras, é preciso exercitar o ato de ler objetos, de observar a história que há na materialidade das coisas.

Ademais, o universo dos objetos não se situa fora do fenômeno social, ou seja, não o reflete, mas o constitui. Pois, não existem significados culturais internalizados na consciência do indivíduo ou da coletividade que sejam produzidos em uma matriz que dispense a materialidade. Além de interpretar a história através dos livros, é plausível estudá-la por meio de objetos. Perguntar-se sobre nossas roupas comparando-as com as vestimentas da década de cinquenta ou da aristocracia francesa do século XVIII é, por exemplo, uma das questões que podem desencadear processos de sensibilização para a historicidade dos objetos com os quais lidamos no dia a dia. A cultura material funciona, por excelência, como um local que media relações humanas, sendo capaz de proporcionar uma herança cultural palpável às sociedades (REDE, 1996).

Logo, o mundo das coisas é realmente a cultura em sua forma objetiva, é a forma que os seres humanos deram ao mundo através de suas práticas mentais e materiais (SLATER, 2002, p.104). O design, portanto, se trata de ideias materializadas, influenciando os modos de agir e pensar da sociedade. Nesta perspectiva, os produtos de design mediam as relações sociais, transformando a sociedade e sendo modificados por ela. Sendo assim, o design pode ser compreendido como uma parte do processo dinâmico através do qual a cultura é construída e não apenas seu reflexo (SPARKE, 2004).

REFERÊNCIAS
FORTY, Adrian. Objetos de desejo: design e sociedade desde 1750. São Paulo: Cosac Naify, 2007.
MENESES, U. T. B. A cultura material no estudo das sociedades antigas. Revista de História, [S. l.], n. 115, p. 103-117, 1983. DOI: 10.11606/issn.2316-9141.v0i115p103-117. Disponível em: https://www.revistas.usp.br/revhistoria/article/view/61796.
MILLER, Daniel. Consumo como cultura material. Revista Horizontes antropológicos, vol.13 no. 28. Porto Alegre: jul./dez., 2007.
MILLER, Daniel. Trecos, troços e coisas. Estudos antropológicos sobre a cultura material. Jorge Zahar Editores: Rio de Janeiro, 2013.
RAMOS, Francisco Régis Lopes. A danação do objeto: o museu no ensino de história. Chapecó: Argos, 2004.
REDE, Marcelo. História a partir das coisas: tendências recentes nos estudos de cultura material. Anais do Museu Paulista. São Paulo. v. 4, p. 265-282. jan/dez 1996.
SLATER, Don. Cultura do Consumo e Modernidade. São Paulo: Nobel, 2002.
SPARKE, Penny. An introduction to design and culture: 1900 to the present. London and New York: Routledge, 2004.

Terno, traje colonial?

    • Cultura Material
    • Gênero/Sexualidade
    • História do Design
    • Raça/Etnia
  • 31 de janeiro de 2022
  • 309 visualizações
  • 3 minutos de leitura
O terno é produto do distanciamento que se delineou, em diversos países europeus, entre as esferas pública e…
Continuar lendo

Poster “Break the dull steak habit”: crítica feminista à manipulação da beleza feminina 

    • Cultura Material
    • Gênero/Sexualidade
    • História do Design
  • 31 de janeiro de 2022
  • 48 visualizações
  • 1 minuto de leitura
A crítica feminista a respeito da manipulação da beleza feminina, que reduz a margem de controle das mulheres…
Continuar lendo

Design, razão e emoção

    • Cultura Material
    • Gênero/Sexualidade
    • História do Design
  • 31 de janeiro de 2022
  • 330 visualizações
  • 3 minutos de leitura
A valorização da razão sobre a emoção pode ser notada ao longo da história do design como no…
Continuar lendo

Gordofobia & Design

    • Cultura Material
  • 28 de janeiro de 2022
  • 112 visualizações
  • 2 minutos de leitura
Historicamente, o corpo gordo já simbolizou um ideal de beleza e de riqueza, como nos recorda a História…
Continuar lendo

Estratégias materiais de resistência lésbica

    • Cultura Material
    • Gênero/Sexualidade
  • 28 de janeiro de 2022
  • 56 visualizações
  • 2 minutos de leitura
No período de pré-libertação estadunidense – momento que antecede os levantes de Stonewall (NYC) – a população LGBTQ…
Continuar lendo

A marca gráfica do Partido dos Panteras Negras

    • Cultura Material
    • Raça/Etnia
  • 27 de janeiro de 2022
  • 85 visualizações
  • 3 minutos de leitura
A criação da marca do Black Panther Party (BPP) (1) nos ajuda a tensionar visões rígidas e pensar…
Continuar lendo

Navegação por posts

Anterior 1 … 3 4 5 6 Próxima
Teoria do Design
design. visões de mundo. relações de poder.
0
Logo de Augusto Simão
Ir para o topo