As mulheres que estudavam na Bauhaus ficaram conhecidas como bauhausmädels (“garotas Bauhaus “), como forma de nomear um tipo de feminilidade moderna da época. As “garotas Bauhaus ” adotaram corte de cabelo curto, o bubikopt ( bob), pouca ou nenhuma maquiagem, calças compridas e algumas vezes emprestaram acessórios do guarda roupa masculino, como gravatas e cintos. Essas características estavam associadas a um tipo de feminilidade emancipatória, preparando as mulheres para a esfera pública e o mercado de trabalho. Após a Primeira Guerra mundial elas puderam estudar e ter formação para não depender unicamente do marido ou da família. A escola Bauhaus, neste sentido, foi um passaporte para emancipação da família e a perspectiva de novos valores morais, mais flexíveis.
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A revista Die Woche( A semana) publicou matéria de 3 páginas sobre as mulheres na Bauhaus, com o título “garotas querem aprender algo”. A revista afirmava que quem desejasse encontrar uma mulher contemporânea deveria procurá-la na vida real: resolvendo problemas de geometria, no trabalho prático, na arte, na ciência, enfim, na sociedade. As fotografias mostravam jogos esportivos, aulas de geometria, desenho, música. A escola se tornou uma possibilidade real de transformação para muitas mulheres. Neste contexto, ingressar em uma escola junto com homens exigia estratégias de fortalecimento, que estimulasse a autoconfiança, a seriedade, racionalidade na busca por conhecimento, poder, formação. Marianne Brandt é considerada um ótimo exemplo.
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Para atuar em áreas antes dominadas por homens, as mulheres marcam um novo tipo de feminilidade por meio das calças, cabelos curtos, prática de esportes, fumar, dirigir automóveis. A ausência de maquiagem pode ser pensada como estratégia de se desvencilhar de outras formas de feminilidade mais convencionais, estabelecendo uma ruptura geracional, e também diminuindo os julgamentos quanto à ornamentação, frivolidade e tendências às artes decorativas e ornamentais, ainda muito associadas às mulheres, como acontecia na escola.
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Referências
RÖSSLER, Patrick. Bauhausmädels: a tribute to pioneering women artists. Taschen: Colônia, 2019.