Gregori Warchavchik

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Série design brasileiro

Por Luã Picanço, Luiz Jardim, Marcos Alex, Matheus Kleves,Victor Eugênio

Gregori Warchavchik foi um arquiteto ucraniano nascido em 1986, e um nome muito importante na arquitetura moderna brasileira. Natural da cidade de Odessa, onde passou toda sua juventude, e também onde ingressou no curso de arquitetura, mas sem concluí-lo. Apesar desse período de ausência da universidade, Warchavchik nunca esqueceu da arquitetura, retomando seus estudos em 1918 em Roma, 

Em sua estadia na Itália trabalhou com o principal arquiteto do regime fascista de Mussolini, Marcello Piacentini. Um dos seus principais projetos deste período foi a condução do cinema-teatro Savoia, em Florença. A construção permanece na cidade, podendo ser visitada nos dias de hoje,e é reconhecida como um dos grandes marcos arquitetônicos do regime fascista. 

Contudo, em 1922, ele vem até o Brasil com destino a Semana de Arte Moderna. Warchavchik enxergou no Brasil uma grande oportunidade de crescimento e reconhecimento do seu trabalho, seja por meio de experimentações, ou de aplicações de conceitos que havia visto em seus anos na Europa. 

Alguns meses após instalar-se em nosso país passou a trabalhar na Companhia construtora de Santos, uma das primeiras empresas a adotar o sistema fordista e taylorista de distribuição de trabalho. E em paralelo ao seu emprego, frequentava diversos eventos promovidos pela elite paulista, para discutir o movimento moderno do país. Em um desses encontros, conheceu Mina Klabin, filha de um grande industrial, que viria a tornar-se sua esposa. A partir do matrimônio, Warchavchik naturalizou-se brasileiro. 

Aumentou sua atuação no cenário arquitetônico brasileiro, expressando-se tanto de maneira construtiva quanto teórica, ao escrever o manifesto da arquitetura modernista, por exemplo, faz críticas à maneira como a construção civil atuava no Brasil e no mundo. Sempre posicionou a arquitetura clássica como algo que servia apenas de material educativo, e que não passava disso, considerava o estilo antigo, inútil e absurdo. Como o mesmo diz em sua matéria: “(…) imitação técnica da arquitetura não são mais uma necessidade, ficou agora um detalhe inútil e absurdo (…)”. 

Com o tempo, ganhou grande reconhecimento como um dos grandes arquitetos de sua época.. Trabalhou com Lúcio Costa em diversos projetos, pois ambos dividiam o mesmo escritório, e em uma ocasião receberam um estagiário, Oscar Niemeyer, nome mais conhecido da arquitetura nacional. 

Dentre os grandes marcos modernistas da arquitetura, Warchavchik foi responsável pela idealização e construção da Vila Operária da Gamboa, o Edifício Cícero Prado e a primeira casa modernista do Brasil. 

Com relação a Vila Operária, foi feita com seu parceiro Lúcio Costa, no ano de 1933, e caracterizou-se pelo uso do concreto armado, método construtivo raramente utilizado no Brasil, mas muito comum em outras construções modernistas vistas na Europa. Dentre os vários conceitos modernistas aplicados à construção, os mais importantes foram a utilização de ângulos retos e a máxima otimização de espaços, seja do terreno ou do interior das casas. Trata-se de um conjunto de 10 moradias, sendo elas 5 casas de dois andares, abrigando uma família em cada andar. Os andares eram divididos em 4 cômodos quadrados, uma sala, dois quartos e o banheiro e cozinha tinham seus cômodos divididos. A grande influência para a construção, foi a Vila Pessac, em Bordeaux, projetada por Le Corbusier, arquiteto francês que influenciou muito Warchavchik em seus pensamentos modernistas. A Vila Operária da Gamboa permanece em pé no Rio de Janeiro, ainda abrigando trabalhadores. 

A primeira casa Modernista brasileira, construída em 1928 e localizada na rua Santa Cruz, em São Paulo, teve ainda participação de Mina Klabin, esposa do arquiteto. Klabin foi responsável pelo paisagismo com uso de cactos no projeto, outra inovação para a época. Além disso, essa obra foi o prólogo da arquitetura modernista no Brasil, popularizando as fachadas geométricas, janelas de canto e conceitos de unidade visual. Ainda, do ponto de vista técnico, foi marcante pelo uso do concreto armado, que na época ainda era pouco difundido no país, e que auxiliou Warchavchik colocar em prática o projeto da casa, que utilizava de muitas paredes envidraçadas e largos ambientes internos. 

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