Märta Maas- Fjetterström

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Märta Måås-Fjetterström (Marta Moss Fiarterstruam) nasceu em 21 de Julho de 1873, em Kimstad, interior da Suíça, onde cresceu e viveu junto de sua família. Seu pai, o Pastor Rudolf, foi um homem muito focado em seus deveres religiosos enquanto a mãe adorava brincar com as crianças e andar pelos parques junto à natureza. Marta não gostava muito de conviver com seus irmãos e tinha um sonho de se tornar uma grande artista, contudo os seus pais não aprovaram tal decisão.

Mesmo sem o apoio da família, em 1890 Märta decidiu se mudar para Estocolmo para estudar na escola técnica Faculdade Universitária de Artes, Artesanato e Design e se tornar professora de artes, cargo esse que ocupou sua vida até o final do século 19, sem abandonar o desejo de se tornar uma artista.

Nesse período, o crescimento do estilo Romântico Nacional na Suíça reviveu a arte têxtil tradicional do país, e trouxe a oportunidade perfeita para Marta, que iniciou sua carreira no meio artístico pelo caminho dos tecidos. Com técnicas de fabricação manual somada às influências culturais e artísticas, suas estampas geométricas inspiradas na natureza ganharam reconhecimento pelas indústrias de tecidos.

Com a carreira artística em ascensão, em 1905 Marta tornou-se diretora da Associação de Artesanato do Condado de Malmöhus. Logo depois, em 1909 participou da Exposição de Arte Industrial (Konstindustriutställningen) em Estocolmo, organizada pela Sociedade Sueca de Artesanato e Design Industrial (Svenska Slöjdföreningen). Foi nessa exposição que um de seus trabalhos mais famosos, a “Staffan Stalledräng”, foi exibido. A Associação de Malmöhus tinha como objetivo reviver as tradições folclóricas e camponesas tradicionais de Skåne, além de incentivar a prática tradicional de tecelagem caseira utilizando padrões — e não criar novos. Com a apresentação dessa peça pouco tradicional, Märta foi demitida da Malmöhus após a exposição.

Baseada em uma canção folclórica sueca, Stephan o cavalariço (Staffan Stalledräng), fala sobre um cuidador de cavalos que gentilmente zela pelos animais na véspera de Natal, perdendo a celebração e pelo seu ato louvável é recompensado pela visão mágica de um céu estrelado. No tecido dessa tapeçaria há um trecho da canção, assim como os cavalos e as estrelas. A própria Märta afirmou que foi a visão de um céu estrelado capturado em um tapete oriental azul que a inspirou a desenhar esta peça.

Foi com a criação de “Staffan Stalledräng” que Marta Fjetterström conquistou a independência artística, deixando de produzir baseada apenas nas tradições folclóricas e camponesas, dando lugar a padrões originais e inovadores, incorporando também traços da tecelagem escandinava, definida não somente como uma repetição de estilo, mas sim como um cuidado com a escolha das ferramentas, materiais e a conexão com o passado.

Ela se mudou para Vittsjö e tornou-se diretora de uma nova escola de tecelagem alinhada a um coletivo artesanal de têxteis e tapetes, fundada pela artista têxtil Lilli Zickerman. Junto com Märta, esta oficina empregou eventualmente mais de 20 artistas-tecelãs profissionais para produzir seus designs e tapeçarias de veludo e rölakan.

Em 1914, Märta expôs na Exposição Báltica em Malmö, onde um sobrinho de um químico e filantropo, Alfred Nobel, viu seu trabalho. Ludvig Nobel convidou-a para criar têxteis para o seu Hotel Skånegården, em Båstad. O requinte de seus trabalhos ganhou espaço em toda a região e, juntamente  com investidores da área de turismo, Marta deu um novo grande passo em sua carreira, abrindo seu primeiro ateliê de tecelagem em 1919 em Bastad, na Suíça. Em meio a exibições em eventos importantes e grandes parcerias com lojas de Design de interiores, no auge da carreira, que foi interrompida pela Segunda Guerra Mundial. Märta Måås-Fjetterström foi diagnosticada com câncer e veio a falecer em 1941.Como Marta não deixou herdeiros, o ateliê foi comprado por seus parceiros de negócios. Em 1942 foi criada a ABMMF (Associação Märta Måås-Fjetterström), que até hoje produz tapeçarias com base no acervo de mais de 700 desenhos deixados pela designer. As peças podem ser adquiridas em https://www.mmf.se/

Referências

AB, Märta Måås-Fjetterström. Märta Måås- Fjetterström. Disponível em: https://www.mmf.se/story/artists/maerta-maas-fjetterstroem. Acesso em: 17 dez. 2022.

AN introduction to Märta Måås-Fjetterström – a Swedish textile artist. Produção: Andreas Zätterqvist. Youtube: Scandinavian Design 101, 2020. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=FUssCxPsmQM. Acesso em: 22 ago. 2022.

FIELL, Charlotte; FIELL, Clementine. Women in Design: From Aino Aalto to Eva Zeisel. Londres: Laurence King Publishing, 2019. 256 p.

HILL, Elisabeth. What is Scandinavian Weaving?: Have you ever wondered what exactly is Scandinavian weaving?. Handwoven magazine, 5 out. 2017. Disponível em: https://handwovenmagazine.com/scandinavian-weaving/. Acesso em: 22 ago. 2022.

KONSTHALL, Liljevalchs; MÅÅS-FJETTERSTRÖM, Märta. Märta Måås-Fjetterström : Märta flyger igen! : 90 år med Märta Måås-Fjetterström 3.10.2009-6.1.2010, Liljevalchs konsthall. Stockholm: Liljevalchs Konsthall, 2009. 192 p.

UNDGREN, Tyra. Märta Måås-Fjetterström och väv-verkstaden i Båstad, Bonniers 1968.

Conteúdo produzido por estudantes Lucas Takashi Mihara Polastro (@ta_kash)
Magno Leite Alves (@_psiano),Maria Eduarda dos Anjos (@mxanjos),Natalia Santa Cruz Figueiredo (@figueiredo_nat) para a atividade "As mulheres na história do design" realizada na disciplina Teoria do Design 1 (Curso de Bacharelado em Design), no segundo semestre de 2022, sob orientação da profa. Lindsay Cresto
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