Memórias luso-brasileiras sobre o consumo e a circulação de roupas brancas femininas (1900-1920)

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Título da tese: Memórias luso-brasileiras sobre o consumo e a circulação de roupas brancas femininas (1900-1920)

Ano: 2021

Programa de Pós-graduação em design da Universidade Federal do Paraná (PPGDesign – UFPR)

Autora: Caroline Muller

Orientadora: Dr. Ronaldo de Oliveira Corrêa

Link: http://repositorio.utfpr.edu.br/jspui/handle/1/27138

Caroline Muller é designer de produto formada pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). Cursou mestrado e doutorado em design, ambos pelo programa de Pós-Graduação em Design da Universidade Federal do Paraná (PPGDesign – UFPR). Suas áreas de pesquisa permeiam os campos de teoria e história do design, cultura material, moda e patrimônio. Atualmente, é professora substituta do curso de design de produto da Universidade Federal do Paraná.

Em sua tese, a pesquisadora reconstruiu narrativas luso-brasileiras sobre o consumo de circulação de roupas brancas femininas entre os anos de 1900 e 1920. O trabalho procurou explicitar de que modo a roupa branca, hoje reconhecida como roupa íntima no Brasil e roupa interior em Portugal, participou dos processos de modernização das cidades de Curitiba e Lisboa. Para isso, utilizou uma série de dados que foram divididos em quatro categorias de fonte, as quais chamou de tridimensional, iconográfica, textual e oral.

Durante os quatro capítulos da tese, Caroline desenvolveu argumentos que ajudam a reconstruir fragmentos sobre a modernidade do início do século XX por meio das práticas de intimidade feminina e do consumo de moda. Identifica práticas, experiências e observa as relações, os desvios e os circuitos que as roupas brancas ocuparam no período.

Um dos argumentos é de que as materialidades, representações e usos desse conjunto de artefatos, além de serem pensadas e produzidas majoritariamente para o público feminino, contribuíam na formação de um ideal de mulher moderna. Revistas e manuais de economia doméstica prescreviam, privilegiavam e reforçavam determinados estilos de vida e que dialogavam com a sociedade industrial-capitalista, liberal e cristã da época. Outro argumento defendido pela autora é de que a apreciação e ampliação do consumo de roupa branca no período tem relação com uma série de transformações que estavam a correr na vida social, como o aumento e a diversificação de espaços de sociabilidade, investimento na publicidade, nos discursos higienistas e na valorização da casa enquanto um espaço seguro e íntimo.

FÁBRICA MODELO, DE THEODORO SCHAITZA. FONTE: Jornal Diário da Tarde, Curitiba, 16 out. 1907, p. 3. Arquivo Biblioteca Nacional Digital.
RUA XV DE NOVEMBRO EM 1913. FONTE: disponível em Facebook/Antigamente em Curitiba, 21 jun. 2018.
VISTA DOS GRANDES ARMAZÉNS DO CHIADO DESCENDO A RUA GARRETT. FONTE: Fotografia de Joshua Benoliel, 27 maio 1908. Arquivo Fotográfico Municipal de Lisboa. Código de referência: PT/AMLSB/CMLSBAH/PCSP/004/JBN/001261.
FUNCIONÁRIAS POSADAS NO SETOR DAS MÁQUINAS DE COSTURA E SUAS RESPECTIVAS MESAS DE TRABALHO. FONTE: “Uma Industria Galante: o espartilho”, revista Illustração Portugueza, Lisboa, n.272, 8 maio 1911, p.603. Acervo BLX da Hemeroteca Municipal de Lisboa.
APRESENTAÇÃO DAS CAMISAS DE DORMIR E CALÇAS. FONTE: “Camisas de dormir e calças”, catálogo especial de Branco para 1911 dos Armazéns Grandella, 1911, s.n.p. Acervo do Museu Nacional do Traje.
QUATRO MODELOS DE TOUCAS DE DORMIR DO FINAL DO SÉCULO XIX E INÍCIO DO XX EM EXPOSIÇÃO PERMANENTE NO MUSEU NACIONAL DO TRAJE. FONTE: Da esquerda para direita, números de inventário: 30816; 33676; 16100; 16162. Acervo do Museu Nacional do Traje.
ITRINE QUE APRESENTA MODELOS DE CRINOLINA, ANQUINHAS E ESPARTILHOS EM EXPOSIÇÃO PERMANENTE NO MUSEU NACIONAL DO TRAJE. FONTE: Acervo do Museu Nacional do Traje.
ANÚNCIO DE ALTA NOVIDADE DE COMBINAÇÕES AO LADO DE CAMISAS, CALÇAS E CORPETES. FONTE: “Rouparia Phantasia e Rouparia Alta Novidade”, catálogo de creações da estação da Au Bon Marché, 1914, s.n.p. Acervo do Museu Nacional do Traje.
AMOSTRAS DE PANOS BRANCOS. Fonte: “Pannos brancos sem preparo”, Ramiro Leão & C.ª, sem data. Acervo do Museu Nacional do Traje.
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