Santiago Pol (Espanha, 1946) é designer, professor e artista nascido em Cardedeu, Barcelona, e nacionalizado venezuelano. Pol se formou na Escola Cristóbal Rojas de Caracas e na Escola Superior de Bellas Artes em Paris. Ele pertenceu a diversos grupos artísticos da vanguarda venezuelana.
Em sua atuação no Conselho Nacional de Cultura (CONAC) – antiga INCIBA (Instituto Nacional de Cultura e Belas Artes) – desenvolveu trabalhos importantes ligados à produção de cartazes e, posteriormente, ao design de livros e de capas de álbum, que o consagraram com diversos prêmios nacionais e internacionais.
Durante seu período na Escola de Belas Artes de Paris, Pol criticou o ensino de artes plásticas que, para ele, havia parado no século XVIII. Na Venezuela, ele se interessou pela arte moderna existente nos bairros latinos do país. A pop art e o cinetismo – presentes nas obras do argentino Julio Le Parc e dos venezuelanos Jesús Rafael Soto e Carlos Cruz-Díez – foram algumas de suas inspirações. Seu primeiro cartaz foi realizado em 1968 para a “Semana del INCIBA”, tendo sido inspirado nas obras de Victor Vasarely, consagrado pintor húngaro, considerado “o pai da op art” e desde então nunca mais parou de criar. Estima-se que, até o momento, ele produziu mais de 600 cartazes em cerca de 50 anos de atuação (TABORDA, 2021).
Em 1975, junto aos artistas/designers Gerd Leufert, Álvaro Sotillo e Nedo Mion Ferrario – todos residentes na Venezuela -, Santiago Pol produziu novos desenhos para os selos postais do país, propondo uma nova tendência ilustrativa para a filatelia tradicional da região. Esta produção foi, inclusive, uma das poucas propostas modernas entre os selos latino-americanos do período (ASOFILCA, 2008).
As obras de Santiago Pol são impactantes visualmente. Ele acredita que os cartazes devem atrair a atenção das pessoas em poucos segundos, instigando a curiosidade de quem observa sua arte. Ele cria experiências sensoriais através de suas obras, abarcando diversas referências estéticas (várias possibilidades formais, cromáticas, tipográficas e compositivas), sem deixar de lado o objetivo do cartaz (VALDIVIESO, 2008).
Santiago Pol parte de um processo de observação e de pesquisa dos valores culturais para desenvolver suas criações, explorando ilustrações e figuras impactantes e, de certo modo, “estranhas”, reforçando a mensagem que se deseja transmitir por meio do cartaz (VALDIVIESO, 2008). Pol também utiliza cores fortes e alto contraste em suas obras e, de modo geral, parece se interessar pela produção de cartazes relacionados a eventos, tanto venezuelanos quanto de outros países.
Reconhecido internacionalmente, suas obras já foram expostas em diversas estações de metrô de Caracas e exibidas em diversos países, além de fazerem parte das coleções do: Metropolitan Museum of Art (Nova York), Israel Museum (Jerusalém), The Library of Congress (Washington DC) entre outros (TABORDA, 2008). Mas, de acordo com o designer, o reconhecimento não vem de elogios, “mas sim da forma como conseguimos entrar profunda e silenciosamente na psique do público” (TABORDA, 2008).
REFERÊNCIAS
ASOFILCA. A tres décadas de “La Nueva Estampilla Venezolana”. Publicado en la Gaceta Filatélica Nº 172 Ene/Mar 2008. Disponível em:
<https://www.asofilca.com/articulos/a-tres-decadas-de-la-nueva-estampilla-venezolan a/> Acesso em 11 maio de 2022.
TABORDA, Felipe. Latin American Graphic Design. Editora Taschen; 1ª edição. 1 agosto de 2008.
TABORDA, Felipe. Maestros del Diseño en América Latina: Santiago Pol (Venezuela). Experimenta Web Series. 15 de dezembro 2021. Disponível em: <https://www.experimenta.es/noticias/grafica-y-comunicacion/maestros-del-diseno-e n-america-latina-santiago-pol-venezuela/> Acesso em 9 maio de 2022.
VALDIVIESO, Humberto. Slap: The Posters of Santiago Pol. Design Issues 2008; 24 (4): 53–60. Disponível em: <https://doi.org/10.1162/desi.2008.24.4.53> Acesso em: 11 maio de 2022.
Conteúdo produzido pelas estudantes Gabriele de Oliveira Pereira (@gabbrizela) e Thais Memi Arimori Cardoso (@thsmemi) para a atividade "Design Gráfico na América Latina" realizada na disciplina História das Artes Gráficas (Curso de Tecnologia em Design Gráfico), no primeiro semestre de 2021, sob orientação da profa. Maureen Schaefer França.