Lina Bo Bardi

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série design brasileiro

Por Felipe Carvalho, Fernanda Corrêa, Giorgia Holzmann, Gustavo Cardoso

Achilina di Enrico Bo Bardi, mais conhecida como Lina Bo Bardi, foi Arquiteta de formação, designer, cenógrafa, artista plástica, editora e fundadora de revista, escritora, curadora de museus, antropóloga, e professora. Nasceu no dia 05 de dezembro de 1914 em Prati di Castello, em Roma, na Itália. Lina naturalizou-se brasileira depois de mudar para o Brasil definitivamente. Formou-se em Arquitetura no ano de 1939, na Universidade de Roma (foi uma das poucas mulheres a frequentar a instituição). Foi no norte da Itália, na cidade de Milão, que sua carreira começou a deslanchar, mas esse sucesso foi interrompido pela Segunda Guerra Mundial, quando Lina começou a enfrentar sérias dificuldades para conseguir novos clientes e, inclusive, teve seu escritório bombardeado.

Lina produziu uma grande quantidade de trabalhos teóricos pouco conhecidos, como pesquisas acadêmicas e periódicos italianos. Lina ajudou a criar e colaborou com a fundação de revistas como a Quaderni di Domus e a Cultura della Vita. Trabalhou com Gio Ponti, Carlo Pagani, Raffaele Carrieri e Bruno Zevi, famosos arquitetos da época.

No ano de 1946, Lina casou-se com o jornalista, também italiano, Pietro Maria Bardi, e recém casados vieram ao Brasil. Desembarcaram em outubro de 1946, no Rio de Janeiro, onde ficaram alguns meses e em 1951 naturalizou-se brasileira e passou a morar em São Paulo.

Aqui no país, Lina foi convidada a fundar e dirigir o Museu de Arte de São Paulo (MASP), em parceria com Pietro Maria. Em conjunto com o arquiteto Giancarlo Palanti e Valeria Piacentini Cirell, criaram o Estúdio de Arte Palma, dedicado ao projeto e desenho de mobiliário moderno e industrial. Fundou e dirigiu em 1950, com Pietro Maria Bardi, a revista Habitat. Fundou e dirigiu o Instituto de Arte Contemporânea, atuou como professora de Teoria da Arquitetura na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo e realizou diversos outros projetos ao longo de sua carreira multidisciplinar.

E no dia 20 de março de 1992, com 77 anos, faleceu em São Paulo. Lina deixou uma obra que enfatizava as experiências humanas; ela as colocava em destaque na hora de realizar seus projetos. A arquiteta e designer produziu obras modernas, sutis e com uma grande bagagem popular da cultura e do artesanato brasileiro.

Assim como já citado anteriormente, Lina exerceu muitas funções ao longo de sua carreira, mas o que mais lhe conferiu destaque foi a arquitetura, sem dúvida. Entre os seus trabalhos mais importantes no campo da arquitetura, estão o MASP, o SESC Pompeia, a Casa de Vidro e a Casa do Benin, projeto na Bahia, mas a sua obra não se resume a esses sucessos arquitetônicos apenas. Lina criou várias peças de mobiliário, obras de arte como pinturas em aquarela e desenhos em nanquim, peças de design gráfico como os seus cartazes para o SESC Pompeia, arquitetura cênica e figurinos de personagens com o Grupo Ornitorrinco. Organizou grandes exposições como  “A Mão do Povo Brasileiro” (1969 – 2016) e Habitat (2019) que homenageia e mostra a vida, a obra e o legado da artista.

Hoje em dia sua obra tem sido mais valorizada em comparação com alguns anos atrás, quando sua produção era muito pouco utilizada como objeto de estudo, pouco expostas e reproduzidas para comercialização. Um dos grandes responsáveis para essa valorização é o Instituto Bardi, que possui várias parcerias com marcas que refazem produções já executadas pela artista, como o colar de águas-marinhas, que é produzido pela Talento Jóias e que marca o talento de Lina com as jóias e sua paixão pelas pedras preciosas de Minas Gerais. A poltrona Bowl, que não teve uma produção em larga escala no início e por isso foi pouco difundida, atualmente é muito cobiçada e desejada por admiradores de arte e design. A luminária pendente, desenhada especialmente para a sua casa de vidro, que foi reeditada em 2018 com o intuito de agregar tecnologias mais atuais ao projeto, como o led, mas ainda assim preservando o desenho original, e o famoso polochon, reeditado pela Carbono Galeria em uma edição comemorativa de 35 anos, com apenas 35 exemplares.

Além do Instituto Bardi, que contempla a obra de Lina, é possível encontrar vários materiais a respeito de sua vida e obra, livros contando sua história e relação com o Museu de Arte de São Paulo e até livros infantis. Essa variedade de publicações demonstra que apesar de sua obra ter passado por períodos de apagamento ao longo de sua carreira em relação à qualidade de suas obras, principalmente as que não fazem parte de seu conjunto arquitetônico, hoje ela tem sido muito valorizada e admirada. Todo esse trabalho dedicado a sua obra reforça a grande importância que ela teve num contexto histórico, artístico e cultural no Brasil.

Referências

http://www.institutobardi.com.br/obra_lina.asp?Idioma=pt

http://www.institutobardi.com.br/linha_tempo.asp

https://masp.org.br/exposicoes/lina-bo-bardi-habitat

https://masp.org.br/exposicoes/a-mao-do-povo-brasileiro-19692016

http://www.institutobardi.com.br/obra_lina.asp?Idioma=pt&Categoria=cenografia

https://vitruvius.com.br/revistas/read/resenhasonline/17.204/7196

https://casacor.abril.com.br/design/a-divertida-e-curiosa-historia-do-polochon-de-lina-bo-bardi/

https://www.carbonogaleria.com.br/polochon-prod.html

https://casacor.abril.com.br/especiais/mestres-da-arquitetura-lina-bo-bardi-uma-mulher-do-futuro/

https://www.carbonogaleria.com.br/polochon-prod.html

https://casoca.com.br/p/pendente-lbb01-lina-bo-bardi.html

https://casoca.com.br/p/poltrona-bowl-lina-bo-bardi.html

https://www.westwing.com.br/guiar/poltrona-bowl/

https://www.amazon.com.br/s?k=lina+bo+bardi&sprefix=lina+b%2Caps%2C177&ref=nb_sb_ss_ts-doa-p_1_6

https://harpersbazaar.uol.com.br/moda/roubado-nos-anos-80-colar-de-lina-bo-bardi-ganha-reedicao-30-anos-depois/

https://casacor.abril.com.br/design/made-colar-de-lina-bo-bardi-e-recriado-pela-talento-joias/

https://dpot.com.br/poltrona-bardis-bowl-dpot.html

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