Carrie Mae Weems

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Carrie Mae Weems é uma artista estadunidense, nascida em 1953 na cidade de Portland. É considerada uma das mais influentes artistas contemporâneas, sendo mais conhecida pelo seu trabalho com fotografia. Em 1969, aos 16 anos, Carrie se torna mãe de sua única filha; em 1972, ela se junta a uma organização marxista; e em 1973, aos 20 anos, ganha sua primeira câmera fotográfica. Entre 1974 e 1976, Carrie estuda fotografia e design no San Francisco City College e em 1978, ela entra em contato com pessoas ligadas ao “The Black Photographers Annual”. Em 1980, ela pesquisa e organiza uma exposição sobre mulheres na fotografia. Em 1982, Carrie finaliza sua graduação em Artes pelo California Institute of the Arts como também pesquisa fotógrafos negros. E, em 1984, ela defende seu mestrado em Belas Artes na Universidade da Califórnia. Tal histórico nos ajuda a compreender, em certa medida, a obra de Carrie, uma vez que a mesma explora temáticas raciais, de classe e de gênero, construindo uma linguagem própria. Para ela, o ativismo é uma preocupação central de sua prática e a história é uma maneira de entender políticas e diferenças culturais.

O primeiro projeto da fotógrafa foi “Family Pictures and Stories” (1981-1982), no qual produziu imagens que retratavam sua própria história familiar na tentativa de representar vivências comuns de parte das famílias negras estadunidenses (Card 2). Seu próximo trabalho, realizado entre 1987 e 1988, foi a série “Ain’t Jokin’” (Não é uma piada), na qual abordou a naturalização do racismo a partir de estereótipos racistas e padrões de beleza eurocentrados. Em uma das fotografias, uma mulher negra pergunta ao espelho quem é a melhor de todas e o espelho responde “Snow White, you black bitch, and don’t you forget it”.

Um garoto também foi fotografado com uma melancia nas mãos e uma garota com um frango – alimentos que historicamente foram acionados para naturalizar a suposta relação entre a pobreza e as camadas negras (Card 3).

Sua série seguinte, American Icons, de 1989, explorou a objetificação e a naturalização da pressuposta sujeição das pessoas negras a partir de fotografias de utensílios domésticos inspirados em corpos de peles escuras. Contudo, Carrie só obteve maior reconhecimento em 1990, quando lançou a série “The Kitchen Table Series” na qual retratou estereótipos de vidas afro-americanas. A série explora a “função” das mulheres nas famílias negras estadunidenses como suporte emocional dos companheiros enquanto os mesmos costumam estar alheios às necessidades dela (Card 4).

No ensaio “From Here I Saw What Happened and I Cried”, realizado entre 1995 e 1996, Carrie revela como a fotografia foi utilizada ao longo da história para moldar e apoiar o racismo, estereótipos e injustiças sociais. O projeto foi composto por fotografias de pessoas escravizadas e de africanos e afro-americanos dos séculos 19 e 20. As mesmas foram encontradas em arquivos de museus e universidades e reproduzidas pela fotógrafa (Card 5).

De modo geral, as séries de Carrie reforçam sua preferência por imagens em preto-e-branco e a problematização das relações de poder, sobretudo, sob o viés racial. Por meio de suas fotografias, Carrie busca dar visibilidade a sujeitos que historicamente não tiveram voz, dando relevo para sua humanidade e dignidade. A fotógrafa foi nomeada Fotógrafa do Ano pelos Amigos da Fotografia e recebeu o prêmio Distinguished Photographer’s Award. Em 2013, Carrie recebeu a bolsa multidisciplinar MacArthur e no ano seguinte, tornou-se a primeira mulher negra a ter uma exposição no Solomon R. Guggenheim Museum, um dos museus mais prestigiosos de Nova Iorque. Suas obras estão presentes em coleções do Metropolitan Museum of Art, Tate Museum, Museum of Contemporary Art e MoMA entre outros.

Referências

Conteúdo produzido pelos estudantes Daniela de Souza Gomes (@gomadaniela); William da Silva Menezes (@antisaturnz); Amanda Costa dos Anjos Faria @amandanjosc; Marina Bello Valente Chiqueto e Sofia Sena Comasetto (@comasettosofia) para a disciplina de História das Artes Gráficas do Curso de Tecnologia em Design Gráfico da UTFPR. Docente: Profa. Maureen Schaefer França
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