Ilonka Karasz (1896-1981), foi uma designer e ilustradora húngara-americana com papel significativo no modernismo americano, atuando em várias áreas do design, tais como têxteis, papéis de parede, mobiliário, trabalhos em metal, cerâmica, interiores, capas e ilustrações.
Ilonka nasceu em 13 de julho de 1896, em Budapeste, na Hungria. Filha de Mary Huber Karasz e o ferreiro Samuel Karasz, era a mais velha dos três filhos do casal, e sua irmã mais nova era a designer de moda e têxteis, Mariska Karasz.
Ilonka estudou inicialmente na Academia Real de Artes e Ofícios de Budapeste, onde se configurou como uma das primeiras mulheres a ser admitida na instituição. Em 1913, aos 17 anos, a artista foi para os Estados Unidos. Lá, a artista estabeleceu-se em Nova York, no bairro de Greenwich Village, onde mergulhou na cultura avant-garde da comunidade artística, iniciou sua carreira e consagrou-se como uma praticante influente de arte moderna e design. Em 1920, casou-se com o químico holandes Willen Nyland, morando juntos inicialmente em Brewster, Nova York, e tiveram dois filhos.
Sobre a sua carreira, em 1914 Ilonka Karasz co-fundou, junto com Winold Reiss, a Sociedade Coletiva de Artistas Europeus-Americanos. Em seguida, Ilonka foi convidada a trabalhar como designer para a loja de departamentos de luxo Bonwit Teller. Seus trabalhos têxteis foam publicados no Modern Art Collector e no American Silk Journal no ano seguinte. Nesta mesma época, Ilonka também lecionou design têxtil na Escola de Artes Modernas. Entre 1916 e 1918, a artista ganhou grande visibilidade, impulsionando sua carreira, fruto de alguns prêmios recebidos como os da revista de moda Women ‘s Wear Daily.
Ilonka Karasz aventurou-se em diversas áreas incomuns e foi uma das únicas mulheres a projetar tecidos para aviões e carros. No fim de 1920, a multinacional de química Dupont-Rayon Company a contratou para ajudar a melhorar a textura e a sensação do rayon, elevando assim os padrões de produção do material.
Entre 1920 e 1930, Ilonka explorou a produção de móveis e talheres. Sob inspiração das formas geométricas da Bauhaus, seus móveis possuíam linhas retas e planos fortes, além de múltipla funcionalidade em várias peças. Em sua busca por inovação e aprimoramento de novos materiais, foi uma das poucas artistas a usar novas técnicas no desenvolvimento de revestimentos de parede, como com a inclusão do alumínio em suas produções, pelo que ficou bastante conhecida. No ambiente doméstico, desenvolveu móveis e outros utensílios que se destacavam por sua forma linear, funcionalidade e praticidade, trabalhando com fabricantes na adaptação de novos materiais aos usos na decoração.
Já em 1924, Ilonka iniciou uma extensa produção para a revista The New Yorker , totalizando 186 capas para a revista; a última em 1973. Além disso, produziu para outras revistas, como Bruno ‘s Weekly, Modern Art Collector, Playboy, bem como livros para crianças e livros em geral. Nas ilustrações, como as capas da revista da New Yorker, seus trabalhos foram marcados por temas urbanos e combinações de cores vibrantes. Buscou incorporar técnicas experimentais de pintura, impressão e papéis murais de influência oriental, mantendo um estilo elegante e simples, com uma mistura única de modernismo e arte popular que a tornou uma figura marcante no mundo do design e da arte.
Em 1928 participou de uma exposição organizada pela loja de departamentos Macy’s, ao lado de designers proeminentes. Ainda no mesmo ano, produziu uma instalação para a exposição American Designer’s Gallery, em Nova York, e foi a única mulher a ocupar uma sala inteira. Para a exposição, desenvolveu o projeto de um apartamento modelo (estúdio) e de um berçário, considerado o primeiro berçário moderno projetado nos Estados Unidos. Os berçários projetados tinham como característica a multifuncionalidade e tecidos laváveis.
Em 1950, a designer foi eleita a principal artista na produção de papéis de parede da América, chamando atenção principalmente pelas experimentações bem sucedidas de novos métodos. Ilonka era uma grande exploradora e defensora do reconhecimento do nome do designer nos artigos manufaturados. Assim, buscou alternar entre técnicas, projetos e materiais, mantendo uma estética moderna e inovadora que lhe proporcionou destaque. Sua abordagem única possuía uma grande influência geométrica e forte uso de cores, explorando a natureza e a vida urbana moderna em suas representações.
Ilonka explorava temas relacionados à natureza e vida urbana em suas representações, fazia o uso de cores vibrantes e da simplicidade geométrica, características que contribuíram na criação de um estilo único, marcante e que refletia a estética moderna da época. Este, por sua vez, era notável nas ilustrações que desenvolveu para as capas da revista The New Yorker, papéis de parede e louças. Ilonka faleceu em 1981, na casa de sua filha em Warwick, Nova York. Um ano depois, uma exposição em sua homenagem foi realizada em Nova York, e em 2003 outra exposição sobre suas pinturas e gravuras foi realizada pelo George Museum of Art.
Referências
FIELL, Charlotte; FIELL, Clementine. Women in Design: from Aino Aalto to Eva Zeisel. Lonon: Laurence King Publishing, 2019.
ILONKA KARASZ. Cooper Hewitt, 2023. Disponível em: https://www.cooperhewitt.org/channel/ilonka-karasz/. Acesso em: 23 de out. de 2023.
ILONKA KARASZ. Ilonka Karasz, 2016. Disponível em: https://www.ilonkakarasz.com/bio. Acesso em: 25 de out. de 2023.
ILONKA KARASZ. The Met Fifth Museum, 2023 . Disponível em: https://www.metmuseum.org/art/collection/search?q=Ilonka+Karasz&sortBy=Relevance. Acesso em: 20 de out. de 2023.
THE LEAFY MODERNISM OF ILONKA KARASZ. The Magazine Antiques, 2018. Disponível em: https://www.themagazineantiques.com/article/leafy-modernism-ilonka-karasz/. Acesso em: 26 de out. de 2023.
Ilonka Karasz, 20th-Century Design Polymath. Core77, 2018. Disponível em: https://www.core77.com/posts/47403/Ilonka-Karasz-20th-Century-Design-Polymath Acesso em: 26 de out. de 2023.
Trabalho desenvolvido na disciplina de Teoria do Design 1 por Carolina da Cruz Weiss, Giovanna Flores Mourão, Júlia Letícia Berner da Silva, Paula Nogueira Galvão, estudantes do curso de Bacharelado em Design da UTFPR, com a colaboração e revisão de Lindsay Cresto.
