Maria Cau Levy

Série design brasileiro

Por Patrícia Naomi Yassaka, Rafael Souza Santos, Murilo Correa Pasquim

Designer Gráfica, arquiteta, artista pesquisadora, cientista e Educadora, Maria Claudia Levy Figliolino, também conhecia como Maria Cau ou ainda, M-CAU, é uma proeminente designer do cenário contemporâneo, cuja produção tensiona as noções entre teoria e prática. Formada em Arquitetura pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, atualmente está cursando seu mestrado na Universidade de São Paulo com uma linha de pesquisa em Projeto, Espaço e Cultura. Sua tese entitulada “Vkhutemas: contribuição propedêutica ao ensino da arquitetura e do design na contemporaneidade” propõe uma visão a respeito da contribuição introdutória do ensino dos princípios básicos, a propedêutica, das disciplinas de arquitetura e design e seus métodos.

Se debruçando sobre a produção dos Vkhutemas, uma escola que compreendia a arte, o design e a arquitetura como profissões indispensáveis para a nova sociedade em construção, a arquiteta (LEVY, 2022), mira em sua obra no fazer coletivo e sua ampla possibilidade de intervenção social, como podem ser observados nos seus trabalhos.

Caminhando no caminho do design com Motivo, a serviço de algo e com a perspectiva de um impacto Cultural, a Designer também apresentou no período de outubro a dezembro de 2017, uma intervenção a 11ª Bienal de Arquitetura de São Paulo, que consistiu em bandeiras/fronteiras inseridas na comunicação visual do Metro de São Paulo e CPTM, ao caminho diário de quase 5 milhões de brasileiros que circulam diariamente pelo sistema metroviário. Neste trabalho, através da diluição de autoria na prática de projeto, característica dos coletivos e associações artísticas contemporâneas, os projetistas visibilizaram, verbalizaram e simbolizaram através da padronagem e repetições, barreiras visíveis e invisíveis as quais migrantes vindos ao Brasil passam ao residirem em território nacional.

Baseada nas mestras multiartistas e designers de superfícies, Liubov Popova e Varvara Estepanova, Maria Cau propôs a recriação de padrões geométricos feitos pelas designers, os quais podem ser observados em aplicação em diferentes suportes.

Nas palavras da designer “A escolha da estampa, realizada pelos autores do livro, se deve primeiro ao fato de Popova ser uma grande mestra e professora da escola soviética Vkhutemas, e segundo pois a estampa tem como motivo o elemento “V”. Essa estampa possui três cores com igual peso, o que confere um caráter ótico para a capa, pois gera para o olhar uma confusão de figura-fundo. Conferindo a dinâmica e força propulsora que remete a escola da vanguarda. A partir daí definimos que todo o livro deveria ser feito apenas com três cores: branco (papel), preto e vermelho.

O formato do livro, se deve ao fato de que o motivo “V” da estampa possui uma proporção 3:4, e foi a partir daí e das linhas e colunas geradas pela repetição do motivo que estruturamos nossa grade interna. Somado isso ao aproveitamento gráfico, ficamos com um formato final de 168X224mm (3:4). (FIGLIOLINO, 2020)”