Função ainda é um conceito muito caro para o design. Ou foi? A noção de função está fortemente ligada ao design de produtos, sendo um dos termos “mais polêmicos do design”, como observou John Heskett(2008). A função era atribuída aos fatores práticos ou utilitários de um produto, que deveriam substituir aspectos decorativos ou ornamentais considerados desnecessários ( e indesejáveis). A utilidade, segundo Heskett, define -se pela qualidade de adequação ao uso. Assim, uma cadeira é funcional à medida que atende os usos que compõem o sentar. Já o significado “explica como as formas podem assumir sentido próprio de acordo com a maneira como são usadas, ou os papéis e valores a elas atribuídos”, transformando -se em símbolos dos costumes.
A famosa frase “a forma segue a função”, de Louis Sullivan, foi empregada em diferentes contextos daquele que foi criada. O Funcionalismo dos anos 1920 e 1950 defendia que a estética dos artefatos fosse simples, sem ornamentos, para facilitar a produção industrial em larga escala. Outro valor importante era a obsessão em comunicar o funcionamento de um produto por meio da aparência, transformando aparelhos de som em caixas de cores neutras com vidro ( o famoso caixão da branca de neve). O design pop, antidesign e design pós-moderno romperam com os preceitos funcionalistas, flertando com a arte, a comunicação, a subjetividade, o humor e a ironia. O design não é apenas sobre função, mas sobre comunicar valores e promover visões de mundo.
